A Copa na China

Eu não pretendo acompanhar a Copa esse ano, mas na de 2010 eu estava razoavelmente animada.

Eu estava morando na China e acho que não tinha amigos brasileiros próximos morando lá (ou você já estava lá, Braian?). Fora isso, os horários dos jogos não eram dos melhores, sempre de madrugada, então era só o Marido, eu e a TV a cabo filipina com o canal de esportes exclusivo pra Copa.

Mas no jogo do Brasil com a Holanda, resolvemos ir com a galera local que trabalhava com o Marido assistir ao jogo no restaurante brasileiro. Lembro que nós chegamos e tinha um holandês com a camisa laranja sentado lá. (Agora pensando bem, talvez eu tenha até conhecido depois esse cara em um outro dia, e ele falava português perfeito porque tinha morado no Brasil! Meu deus, não tinha me ligado que era ele!)

Enfim, o cara não era tonto e foi embora antes do jogo começar, lembro que quando ele saiu todo mundo no restaurante meio que zuou e falou: “pô, fica aí, vai ser legal!”, achando que ia ser legal ver um holandês sozinho com o time dele perder. (Ô dó!)

O jogo começou bem, até que a Holanda virou. E eu lembro da cara do dono do restaurante vindo conversar com a gente, falando: “vamos perder, já não tem mais jeito”. É, não teve. E assim fomos com o rabo entre as pernas pra casa.

Imagina se o holandês tivesse ficado lá, como estaria a nossa cara hehehe.

Antípodas

Tinha um episódio do “Mundo da Lua”, em que o Lucas Silva e Silva sonhava em ir ao Japão e falava que lá eram as antípodas do Brasil. (Essa frase tá certa? “Eram as antípodas do Brasil” fica no plural mesmo? Vai saber…)

Bom, a China era longe o suficiente, se não antípodas geograficamente perfeitas, ainda assim antípodas, considerando o sistema de transporte (aviação) atual, leva-se tanto ou mais tempo para ir à China quanto ao Japão.

Assim, pensando sobre ter o tempo a favor que escrevi outro dia, lembrei de uma coisa que eu gostava de ter em mente quando estava na China: estamos tão longe, mas tão longe, que pra qualquer lugar que a gente vá, vamos estar mais próximos do Brasil.

Era engraçado pensar isso. Sei lá, parece que o máximo de distância que se pode estar de um lugar sem ser astronauta é tão pouco, o mundo é tão pequeno…

 

Dois anos longe da China

É, o tempo passa.

Um dia eu estava lá na China e agora estou cá, no Brasil. JÁ FAZ DOIS ANOS QUE VOLTEI. (Na verdade, dois anos e quase três meses.)

Esses últimos tempos eu reli um tanto de coisa que escrevi no blog, e como ele foi mudando a tal da “voz”. “A voz”, como eu aprendi numa palestra virtual sobre blogs, é a maneira como a gente escreve, se é de forma superficial ou aprofundada, se é técnica ou leiga, se é formal ou informal. Segundo a tal palestra, pra um blog profissional é legal ter uma voz que não flutue, que seja constante, que não dependa do humor no dia da pessoa que escreve.

Que bom que este é um blog pessoal e que a voz dele reflete os momentos que vivi e como eu estava na época.

Tanta coisa mudou. Eu engravidei e pari desde que voltei da China. Isso é uma vida (literalmente hohoho). Ao mesmo tempo, parece que foi ontem que eu cheguei.

Ainda bem que eu inventei um negócio pro tempo contar a meu favor: eu prometi a mim mesma voltar à China (pelo menos para uma visita) depois de dez anos longe, em 2022. E como isso faz o tempo contar a meu favor? A cada ano que passa, é mais tempo que estou longe da China, mas também falta menos tempo para eu voltar.

Agora, faltam só oito anos. Que bom.