Antípodas

Tinha um episódio do “Mundo da Lua”, em que o Lucas Silva e Silva sonhava em ir ao Japão e falava que lá eram as antípodas do Brasil. (Essa frase tá certa? “Eram as antípodas do Brasil” fica no plural mesmo? Vai saber…)

Bom, a China era longe o suficiente, se não antípodas geograficamente perfeitas, ainda assim antípodas, considerando o sistema de transporte (aviação) atual, leva-se tanto ou mais tempo para ir à China quanto ao Japão.

Assim, pensando sobre ter o tempo a favor que escrevi outro dia, lembrei de uma coisa que eu gostava de ter em mente quando estava na China: estamos tão longe, mas tão longe, que pra qualquer lugar que a gente vá, vamos estar mais próximos do Brasil.

Era engraçado pensar isso. Sei lá, parece que o máximo de distância que se pode estar de um lugar sem ser astronauta é tão pouco, o mundo é tão pequeno…

 

Dois anos longe da China

É, o tempo passa.

Um dia eu estava lá na China e agora estou cá, no Brasil. JÁ FAZ DOIS ANOS QUE VOLTEI. (Na verdade, dois anos e quase três meses.)

Esses últimos tempos eu reli um tanto de coisa que escrevi no blog, e como ele foi mudando a tal da “voz”. “A voz”, como eu aprendi numa palestra virtual sobre blogs, é a maneira como a gente escreve, se é de forma superficial ou aprofundada, se é técnica ou leiga, se é formal ou informal. Segundo a tal palestra, pra um blog profissional é legal ter uma voz que não flutue, que seja constante, que não dependa do humor no dia da pessoa que escreve.

Que bom que este é um blog pessoal e que a voz dele reflete os momentos que vivi e como eu estava na época.

Tanta coisa mudou. Eu engravidei e pari desde que voltei da China. Isso é uma vida (literalmente hohoho). Ao mesmo tempo, parece que foi ontem que eu cheguei.

Ainda bem que eu inventei um negócio pro tempo contar a meu favor: eu prometi a mim mesma voltar à China (pelo menos para uma visita) depois de dez anos longe, em 2022. E como isso faz o tempo contar a meu favor? A cada ano que passa, é mais tempo que estou longe da China, mas também falta menos tempo para eu voltar.

Agora, faltam só oito anos. Que bom.

 

Luz azul

Pra quem não sabe, eu estava grávida. Oito dias depois do meu último post eu estava parindo, por isso o sumiço. Mas eu volto, ah, eu sempre volto, porque a China não me deixa.

Numa dessas madrugadas acordadas pra amamentar fui olhar pela janela se tinha alguém no prédio ao lado acordado como eu. Fiquei lá olhando as luzes e imaginando o que estavam fazendo as pessoas em suas casas. Lembrei que eu também fazia muito isso na China porque meu apartamento era todo envidraçado, da sala dos dois lados (!!) e eu sempre via luzes coloridas das casas luxuosas (#sqn) dos meus vizinhos: tinha azul, verde, vermelho…

Pensamento vai, pensamento vem, lembrei que a minha própria sala tinha uma luz azul, que eu odiava. Eu nunca acendia a luz azul (ela ficava numa sanca, que eu também achava medonha) e o meu maior medo era um dia alguma lâmpada queimar (eram várias) e eu ter que sair pra comprar uma desgraça dessas.

Eu achava que nunca na vida compraria uma luz azul de vontade própria. Nunca.

Até que a pediatra d@ meu/minha filh@ sugeriu que eu colocasse uma lâmpada azul no quarto, pra acender de noite e estimular menos os olhos na esperança de que el@ dormisse mais rapidamente. (Sabia que nós temos menos sensores de luz azul nos olhos e por isso ela irrita menos? Pelo menos foi isso que aprendi nas aulas de HCI.)

Bom, devo dizer que dias depois o Marido foi comprar e ela é usada por mim todas as noites que acordo pra dar de mamá.

Luz azul acesa em um quarto no fundo do corredor